terça-feira, 7 de maio de 2013

Medicalização da Educação- A quem interessa?

Publicado em: http://falagente.com/


Dificuldades de Aprendizagem ou Deficiência Intelectual? Dislexia ou Distúrbio de Leitura/Escrita? Autismo ou Asperger? Transtorno de Déficit de Atenção (TDA) com ou sem Hiperatividade? Psicose Infantil ou Esquizofrenia? Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) ou Transtorno de Oposição e Desafio (TOD)? Transtornos e mais transtornos. O que é isto? Lista do Código Internacional das Doenças? Mais ou menos. Esta é uma relação de algumas doenças “diagnosticadas” em crianças e adolescentes que não conseguem assimilar o conteúdo acadêmico ou não se comportam de maneira considerada adequada aos padrões escolares vigentes.
A cada ano estes diagnósticos estão mais presentes nas salas de aulas e também nas salas de terapias de psicólogos e psiquiatras. O aluno não consegue aprender? Encaminha para o psicólogo. Não se comporta bem? Não pára quieto? Diga aos pais que levem ao neurologista ou direto ao psiquiatra. Estas são falas que se tornaram comuns no cotidiano escolar, foram mesmo banalizadas. Se o aluno apresenta dificuldades não se questiona o professor ou a escola, a metodologia ou as condições de ensino-aprendizagem.
A responsabilidade por esta não aquisição de conteúdos ou por comportamentos indesejáveis são incutidos ao educando, ele tem alguma disfunção neurológica ou genética. Ou seja, qualquer aluno que apresente algum tipo de dificuldade é incluso em um processo de biologização, quer dizer, seus problemas têm etiologia neles mesmos. Assim, acontece a patologização, isto é, o aluno passa a “ser portador” de uma patologia, uma doença. O avanço tecnológico permitiu nos últimos anos que exames mais objetivos e específicos sejam realizados na detecção de doenças, contudo, não é raro que diagnósticos sejam realizados sem rigor cientifico e sem que haja qualquer consideração pela subjetividade do ser humano. Questionários padronizados são aplicados sumariamente para a definição diagnóstica. Em seguida à patologização vem a medicalização. Quer dizer, há patologia tem que haver medicação. A medicalização transforma alunos em pacientes e consequentemente em consumidores.
Ao transpor para o aluno a responsabilização pelo não aprendizado, não somente a escola se isenta de responder por seus atos, mas também fatores sociais, históricos, econômicos, políticos são escamoteados, o coletivo perde força e o individual ascende.
Defensores da corrente teórica organicista que são a favor da patologização dos alunos alegam que eles têm direito a estes diagnósticos. O que desejo aqui não é argumentar contra o diagnóstico em si, mas sim a maneira como são realizados e principalmente levantar questionamentos sobre a quem interessa, de fato, esta medicalização, qual a ideologia por traz deste processo. Muito se propaga sobre o combate ao uso de drogas ilícitas, mas e as drogas licitas? Não estará havendo algum abuso na utilização destas medicações? E quanto à escola, o que ela está oferecendo a seu aluno? Estará cumprindo seu papel de agente transformador social ou ao menos está preocupada com isto? Que estratégias o professor se utiliza para que haja interesse da criança? Que tipo de aluno a escola e o professor desejam ter? Que tipo de cidadãos esperam formar?
Autora: Eliana Pelózio dos Reis

19 comentários:

  1. A verdadeira interessada nessa medicalização, a meu ver, é a nossa sociedade, que é extremamente consumidora, e como foi citado “a medicalização transforma alunos em pacientes e consequentemente consumidores”, ela não se preocupa com os seus estudantes, apenas quer que eles consumam mais e mais cedo. E uma forma que encontraram para conseguir isso foi as rotular de “doentes” e que através do consumo de medicamentos vão se “curar”.

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  2. O avanço do capitalismo e sua necessidade monstruosa de ser alimentado diariamente vem causando diversos problemas na sociedade atual. Não podemos mais sentir qualquer indicio de dor que tomamos um paracetamol. Infelizmente, isso tocou também o sistema educacional,que vem se tornando tão somente mais uma ferramenta de interesse capitalista, na medida em que se precisa "educar" jovens prontos para um mundo competitivo, que necessitam sempre de mais e mais conhecimento. A educação, por deixar-se subordinar por tais interesses não se preocupa em analisar o aluno como um todo, tentando adestrá-lo a um modelo pronto e acabado. Quem não se enquadra, é taxado como um doente que precisa ser medicado.

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  3. Uma vez ouvi de um homem muito sábio chamado Rodolfo Abrantes: “Todo sistema tem o argumento de proteger e servir.” É verdade. Na atual sociedade brasileira é possível observar vários sistemas criados por homens com um fundo nesse argumento, e alguns até bem intencionados. Essa questão sobre a medicalização na Educação é um exemplo disso. Um aluno apresenta dificuldades de aprendizagem e as vezes de socialização e logo o sistema educacional põe em prática o que, para ele, será a melhor maneira de cuidar e servir a essa necessidade. Quando essas dificuldades são detectadas, uma série de transtornos, distúrbios, nomes criados pra tudo, começam a ser listados como possibilidades de causa. A raiz patológica parece mais evidente, mas apenas parece. Por vezes não é feito nem sequer uma investigação, um mapeamento na vida da criança ou adolescente, para compreender de onde, de que circunstâncias, de que modo, de perto de quem, de que situação, de que vivência ela faz parte, e todas essas questões são de suma importância. Necessidade especial não significa doença; atenção e tratamento especial não significa atenção e tratamento médico. É claro que há casos que realmente necessitam desta abordagem, mas não se pode ter uma postura generalizadora diante dos casos como acontece na maioria das escolas. A tendência da medicalização na educação sem considerar fatos não patológicos é “dar o remédio ao paciente errado”. Se os profissionais que atuam com esse público não possuírem uma visão mais abrangente do que a dos próprios olhos, teremos uma sociedade completamente presa a um sistema por se sentir protegida e servida por ele. Contudo, presa. O mesmo sistema que busca liberdade e coerência, proporciona prisão e cegueira silenciosas que estão na raiz dos problemas, nas causas de questões como essa e tantas outras. Teremos uma sociedade muito bem informada, articulada e argumentada, mas fechada e tendenciosa a crer que “todos os frutos vem da mesma árvore”, todos os sintomas apontam para uma patologia, e não para uma outra raiz.

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  4. A culpa pela falta de aprendizagem do aluno vem sendo transmitida da escola para o próprio aluno através das diversas patologias que existem para justificar essa dificuldade. De certa forma a escola se exime da responsabilidade de ensinar com a apologia de que o aluno tem uma “dificuldade anormal” em aprender. Mas assim surge o questionamento: Será que os profissionais estão utilizando uma metodologia didática e eficiente? A quem realmente interessa essa patologização?
    Nós estamos inseridos no âmbito de uma sociedade capitalista, competitiva, que visa sempre o lucro, assim havendo então uma patologia será necessário que haja também medicalização e como foi citado “A medicalização transforma alunos em pacientes e consequentemente em consumidores”. Dessa forma, a escola funciona como uma ferramenta para esse capitalismo.
    Desde cedo o sistema vem formando consumidores para os mais diversos setores, a questão da medicalização da educação é apenas mais um exemplo disso, as crianças estão sendo inseridas neste fluxo. Consumindo os mais variados tipos de medicamentos, aumentando assim a probabilidade de se tornarem futuros dependentes da indústria farmacêutica. Será esse o objetivo?

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  5. No atual contexto brasileiro existe essa medicalização da vida em si, agora há remédios para tudo e logo se acha uma causa patológica para um determinado comportamento, transtorno bipolar, TOC... Porém, isso se torna um pouco mais sério quando afeta às crianças, estas que constituem a base da sociedade. Como dito no post acima, se a criança tem algum problema em sua aprendizagem logo tenta-se encontrar uma explicação patologica para o comportamento, manda-se a criança para diversos médicos, psicólogos, psiquiatras... em uma busca incessante para achar a "doença" que a impede de aprender, sem questionar a metodologia da escola, do professor, ou seja, procura-se uma causa interna ao indivíduo sem considerar o externo a ele. Sem contar que às vezes essa busca resulta em um diagnóstico errôneo (por ser precoce ou por outros motivos) que pode comprometer bastante a habilidade social e de aprendizagem da criança que assimila aquele diagnóstico, por exemplo, uma criança diagnosticada com dislexia assimila aquele diagnóstico e se acha incapaz de aprender ou de socializar por conta da sua "doença", sem contar que ela também assimila essa patologização e dá continuidade a isso, passando essa ideia a seus filhos a mesma consciência.
    Logo, é preciso ter bem mais cuidado quando se trata do aprendizado de crianças e adolescentes, pois não se pode taxa-los como "doentes" ou portadoras de disturbios somente por terem uma certa dificuldade de aprendizagem, o ideal seria analisar todo o contexto em que a criança está inserida, aspectos internos e externos, e não procurar a causa do problema apenas no próprio indivíduo.

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  6. É incrível como o lucro é pensado em quase todos os aspectos de uma sociedade capitalista, a medicalização desenfreada é uma realidade que o capitalismo criou e reforça, afinal,seu objetivo maior – o lucro- também é alcançado com ela.
    Vivemos cada vez mais uma sistematização e mecanização da saúde em que a medicalização, em uma hierarquia, está acima da resolução de aspectos emocionais, isso é visível na frequente patologização, que muitas vezes é precipitada.
    Em muitos casos de dificuldade de aprendizagem o aluno é responsabilizado e julgado como patológico, o pior é quando ele interioriza que a culpa está em si, podendo gerar efetivamente um quadro emocional que dificulte mais ainda sua aprendizagem.
    Estamos querendo responsabilizar menos nossos papéis na sociedade, sempre empurrando a culpa ou a solução para alguém ou algo, criando o “doente” e a medicalização exacerbada.

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  7. É importante destacar a idéia de que o mal desempenho do aluno pode não estar atrelado a um distúrbio seu, mas sim aos métodos da escola. Hoje, principalmente no ensino médio, há uma cobrança enorme e um ritmo de ensino massivo, intenso e repetitivo que em muitos alunos gera desinteresse, cansaço, estresse, entre outras coisas que prejudicam, ou mesmo anulam, o aprendizado. É triste ver também profissionais tomando atitudes equivocadas ou sendo manipulados e diagnosticando alunos por indicações previas que são na verdade boatos, independentemente do aluno ser ou não um hiperativo, por exemplo, o profissional é quem deve diagnosticar através de uma analise mais trabalhosa, não apenas "engolindo" os comandos e boatos.

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  8. Medicalização da Educação- A quem interessa?
    Por trás dessa ação da medicalização estão forças da sociedade e sobretudo um movimento da indústria farmacêutica voltado para isso, com interesse no lucro que isso pode trazer. A questão é grave, pois esta se colocando em risco a Saúde de seres humanos, com medidas paliativas que depois irão acarretar consequências ainda mais sérias, um exemplo é a crescente prescrição de medicamentos como o metilfenidato, cujo nome comercial é Ritalina, muito usado nesses casos. O que preocupa diversos profissionais da saúde e da educação é que ainda não há estudos suficientes sobre os problemas causados pelo uso prolongado da droga. O melhor é que pais e professores reflitam mais sobre o que pode estar acontecendo, analisem o contexto, conversem antes de procurar a solução em remédios e profissionais por parecer o caminho mais rápido e fácil para a resolução do problema, não que não deva haver uso de medicamentos, mas que haja toda uma analise se realmente é necessário o seu devido uso. Antes de tudo deve se priorizar o que o estatuto da Criança e do Adolescente assegura o direito à vida, à educação e saúde de qualidade.

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  9. É inacreditavel como tudo esta sendo medicalizado, agora a educação, sera que todas as crianças que tem dificuldades de aprendizagem apresentam alguma "patologia"?
    Esse nome é muito usado por maus profissionais para diagnosticar crianças que não apresentam nada de anormal, pior são essas escolas que depositam credito em tudo que eles dizem e aconselham os pais a levar nesses "especialistas" que so sabem receitar remedios fortes que fazem com que a criança se torne dependente e quando adultos acarretam uma seris de consequências como a falta de socialização,ja que são taxadas como anormais e separadas das outras crianças tidas como normais.

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  10. A crescente medicalização da vida pode ser percebida também na educação, onde desde cedo as crianças e os jovens estão sendo expostos às influências de certos grupos profissionais com interesses próprios.
    Não é prudente que todos os problemas os quais uma pessoa passa sejam tratados com remédios, pelo fato de que a mesma possui outras esferas da vida que precisam ser levadas em consideração, embora estejam interligadas - fato este que ratifica a possibilidade de o problema em questão ser de causa não biológica, essencialmente. Ou seja, por não serem ocasionados fundamentalmente por fatores biológicos não serão resolvidos plenamente pela medicalização.
    Essa medicalização acaba simplificando um problema que pode possuir uma dimensão maior, ou aumentar um, de menor dimensão, dessa forma, errando o diagnóstico, promovendo - agora, realmente - risco a saúde física, intelectual, emocional, e/ou psicológica, como, por exemplo, com a internalização dessas caracterizações feitas precocemente e/ou erroneamente. Porém, para que isso não ocorra é necessária uma análise bem trabalhada e ampla.
    Nesse caso, se os medicamentos servirem, amenizarão alguns dos sintomas do real problema e temporariamente, porém a sua origem continuará ocasionando sofrimentos no indivíduo em questão.
    Esse direcionamento do diagnóstico ao indivíduo esconde o real problema, que pode estar na forma de ensinar e não na de aprender, ou na família, ou até mesmo, não existir, ou seja, ser a personalidade a qual por não se enquadrar no esperado pela maioria da sociedade, esses indivíduos são discriminados e sofrem tentativas de serem medicalizados. Quantas pessoas consideradas “brilhantes” não tiraram notas consideradas ruins, à exemplo de Albert Einstein?
    Se o problema estiver na educação, faz-se necessário repensar a metodologia de ensino e assim, aproveitar a oportunidade de formar não apenas "alunos", mas "estudantes".
    Assim, a educação que deveria ser feita com responsabilidade, está sendo gradativamente substituída pelo interesse na formação de gerações consumistas e dependentes de medicalizações para quaisquer acontecimentos da vida, sem sua real necessidade.
    Uma melhor preparação, principalmente daqueles que trabalham diretamente com crianças e dos próprios pais contribuiria significativamente para a minimização desse quadro.

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  11. ?: Em nosso cotidiano, principalmente, no âmbito escolar, como foi mostrado a partir da leitura do texto, está havendo uma grande medicalização na população, devido esta apresentar comportamentos diferentes dos comuns e as áreas externas não serem levadas em consideração. Isso visa lucro, na maioria das vezes, para as industrias farmacêuticas, as quais ganham na venda e propagação dos seus produtos. Este cenário precisa mudar, caso contrario, seremos pessoas, cada vez mais, viciadas em remédios e drogas licitas, deixando-nos moldar pelo tempo e significativo processo de transformação em cada individuo.

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  12. A verdade é que no ambiente vigente, há uma tendencia para a medicalização dos setores da vida humana. Na educação não poderia ser diferente. É comum e banal ver "diagnósticos" precoces destinados a alunos que não se encaixam nos perfis normais e ideializados. Isso pode levar a um prejuízo pessoal do aluno, que se sente indiferente a realidade. Cabe lembrar que as instituições de ensino estão cada vez mais exacerbando as condições de aprendizagem. Se um aluno não consegue acompanhar é taxado como problemático, nesse caso o problema não seria do aluno e sim das condições que o rodeia.
    Numa sociedade capitalista, a medicalização remete a um plano de lucro, quanto mais patologias forem criadas mais a industria farmacêutica lucraria.
    Assim, seria prejudicial ao saúde das pessoas a medicalização como forma de padronização de comportamentos e mais ainda de lucro.

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  13. A medicalização da educação pelo visto interessa: As escolas e ao governo, que ao colocar a culpa da falta de aprendizagem de um aluno em uma patologia não precisam se responsabilizar em melhorar o seu sistema educacional e sua estrutura, nem desenvolver novas metodologias de ensino e é claro aos fabricantes de remédios que lucram bastante com esse comercio, já que nenhum pai quer que seu filho de alguma forma seja prejudicado socialmente ou visto como “doente” e por isso acabam comprando os remédios, sem nem ao menos saber que pode haver outros tipos de tratamento que não incluem remédios.
    Atrevo-me a dizer que essa medicalização também nos interessa já que ela reflete a nossa atitude atual de resolver tudo facilmente e rapidamente, assim como de classificar todas as atitudes consideradas “anormais” como sendo patologias.

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  14. Acredito que o processo de aprendizagem é uma construção do aluno, docente, instituição e sociedade, ou seja, é uma construção coletiva. Além do que, a banalização de diagnósticos psicológicos pode afetar o desenvolvimento da criança e retirar a responsabilidade de uma educação de qualidade.

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  15. A banalização do termo patologia está presente até no ambiente escolar, há a questão do "em quem por a culpa?" pelo aluno ter déficit de atenção ou ser um pouco mais imperativo que o resto da turma. A instituição escola acaba expurgando a problematização do aluno para outros profissionais, sem sequer analizar onde está realmente o problema. Será que não está na metodologia de ensino usada pelo professor? Crechês ou pré-escolas são decoradas com muitas ilustraçoes, desenhos, números, o que acaba desviando a atenção das crianças, o que leva aos educandos fazer uma conclusão precipitada sobre um aluno, patologiando-o. Situações como essa requerem maior rigor dos profissionais, tanto os educadores como os que tomaram conta do problema adiante, como psicólogos e psiquiatras.

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  16. A patologização das crianças em idade escolar segue claramente uma lógica mercadológica que visa criar uma massa de consumidores de medicamentos; pautados em saberes médico-científicos, profissionais se utilizam de sua posição na sociedade burguesa e de seus discursos de verdade para criar doenças onde elas não existem. Na sociedade capitalista extremamente competitiva em que vivemos, o baixo rendimento escolar em crianças e adolescentes é muitas vezes inadmissível pela sociedade e pelos próprios pais, dessa forma, estes sujeitos buscam alternativas de justificação do comportamento “anormal” desta criança, tirando, assim, a culpa dos educadores, do sistema de ensino, do ambiente, da família, etc. e depositando-a no aluno, como se ele fosse o responsável por todas as suas dificuldades cognitivas. Após a patologização da criança inicia-se o processo de medicalização, em que os indivíduos, para serem “domesticados” às funções que lhe são exigidas, são obrigados a consumirem toda a espécie de medicamento que, muitas das vezes, criam novas doenças e fobias onde nada existia, além de tornar estes indivíduos geralmente dependentes destes remédios. Dessa forma, criam-se inválidos produtivos, na medida em que são potenciais consumidores de medicamentos que criam dependências. Portanto, deve-se buscar compreender – para poder intervir através dos mecanismos adequados – o relativismo que concerne às diferenças de rendimento escolar das crianças, levando em conta fatores ambientais (família, amigos, própria escola) que possam estar contribuindo para a dificuldade de aprendizagem do aluno e não rotular as crianças com doenças criadas para atender a uma lógica capitalista que busca tirar lucro até mesmo do sofrimento de indivíduos inocentes.

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  18. É importante o diagnóstico precoce de determinadas patologias quando estas realmente existem e não de modo descontrolado colocando os indivíduos a mercê de meios de diagnósticos padronizados que excluem suas individualidades e, principalmente, o colocam como único responsável por seus "desvios" do padrão considerado ideal, sem a preocupação com o que está em seus convívio e portanto pode influencia-lo e definir seus modos de agir e ver o mundo.
    Esta é mais uma tentativa capitalista de controlar até as crianças que, de certo modo, são mais vulneráveis por não possuírem senso critico e consciência do que estão sujeitas.

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  19. O que podemos perceber é que a sociedade vem se modificando juntamente com as rápidas mudanças na tecnologia, por exemplo. Estamos no momento "fast food" onde indivíduos procuram respostas e soluções rápidas para problemas que surgem no cotidiano. Então quando uma criança apresenta dificuldades no aprendizado, logo criam um distúrbio/deficiência para caracterizá-la.
    A escola, um fator importante no desenvolvimento da criança, está deixando de lado sua responsabilidade, "jogando" para outros resolverem. Não é culpa apenas da escola, mas de todo esse sistema de interesses, que cria mecanismos para uma população mais consumista e dependente.
    É bom lembrarmos da importância dos psicólogos e da medicalização junto à escola, dando apoio quando necessário. A escola deve acompanhar cada caso e agir junto a esses profissionais da saúde e não entregar totalmente transferindo a responsabilidade.

    Meiriane Abreu

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