quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Ritalina, a droga legal que ameaça o futuro!

Publicado em: http://outraspalavras.net/outrasmidias/destaque-outras-midias/ritalina-a-droga-legal-que-ameaca-o-futuro/



Com efeito comparável ao da cocaína, droga é receitada a crianças questionadoras e livres. Professora afirma: “podemos abortar projetos de mundo diferentes”

Por Roberto Amado, no DCM
É uma situação comum. A criança dá trabalho, questiona muito, viaja nas suas fantasias, se desliga da realidade. Os pais se incomodam e levam ao médico, um psiquiatra talvez.  Ele não hesita: o diagnóstico é déficit de atenção (ou Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH) e indica ritalina para a criança.
O medicamento é uma bomba. Da família das anfetaminas, a ritalina, ou metilfenidato, tem o mesmo mecanismo de qualquer estimulante, inclusive a cocaína, aumentando a concentração de dopamina nas sinapses. A criança “sossega”: pára de viajar, de questionar e tem o comportamento zombie like, como a própria medicina define. Ou seja, vira zumbi — um robozinho sem emoções. É um alívio para os pais, claro, e também para os médicos. Por esse motivo a droga tem sido indicada indiscriminadamente nos consultórios da vida. A ponto de o Brasil ser o segundo país que mais consome ritalina no mundo, só perdendo para os EUA.
A situação é tão grave que inspirou a pediatra Maria Aparecida Affonso Moysés, professora titular do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, a fazer uma declaração bombástica: “A gente corre o risco de fazer um genocídio do futuro”, disse ela em entrevista ao  Portal Unicamp. “Quem está sendo medicado são as crianças questionadoras, que não se submetem facilmente às regras, e aquelas que sonham, têm fantasias, utopias e que ‘viajam’. Com isso, o que está se abortando? São os questionamentos e as utopias. Só vivemos hoje num mundo diferente de mil  anos atrás porque muita gente questionou, sonhou e lutou por um mundo diferente e pelas utopias. Estamos dificultando, senão impedindo, a construção de futuros diferentes e mundos diferentes. E isso é terrível”, diz ela.
O fato, no entanto, é que o uso da ritalina reflete muito mais um problema cultural e social do que médico. A vida contemporânea, que envolve pais e mães num turbilhão de exigências profissionais, sociais e financeiras, não deixa espaço para a livre manifestação das crianças. Elas viram um problema até que cresçam. É preciso colocá-las na escola logo no primeiro ano de vida, preencher seus horários com “atividades”, diminuir ao máximo o tempo ocioso, e compensar de alguma forma a lacuna provocada pela ausência de espaços sociais e públicos. Já não há mais a rua para a criança conviver e exercer sua “criancice.
E se nada disso funcionar, a solução é enfiar ritalina goela abaixo. “Isso não quer dizer que a família seja culpada. É preciso orientá-la a lidar com essa criança. Fala-se muito que, se a criança não for tratada, vai se tornar uma dependente química ou delinquente. Nenhum dado permite dizer isso. Então não tem comprovação de que funciona. Ao contrário: não funciona. E o que está acontecendo é que o diagnóstico de TDAH está sendo feito em uma porcentagem muito grande de crianças, de forma indiscriminada”, diz a médica.
Mas os problemas não param por aí. A ritalina foi retirada do mercado recentemente, num movimento de especulação comum, normalmente atribuído ao interesse por aumentar o preço da medicação. E como é uma droga química que provoca dependência, as consequências foram dramáticas. “As famílias ficaram muito preocupadas e entraram em pânico, com medo de que os filhos ficassem sem esse fornecimento”, diz a médica. “Se a criança já desenvolveu dependência química, ela pode enfrentar a crise de abstinência. Também pode apresentar surtos de insônia, sonolência, piora na atenção e na cognição, surtos psicóticos, alucinações e correm o risco de cometer até o suicídio. São dados registrados no Food and Drug Administration (FDA)”.
Enquanto isso, a ritalina também entra no mercado dos jovens e das baladas. A medicação inibe o apetite e, portanto, promove emagrecimento. Além disso, oferece o efeito “estou podendo” — ou seja, dá a sensação de raciocínio rápido, capacidade de fazer várias atividades ao mesmo tempo, muito animação e estímulo sexual — ou, pelo menos, a impressão disso. “Não há ressaca ou qualquer efeito no dia seguinte e nem é preciso beber para ficar loucaça”, diz uma usuária da droga nas suas incursões noturnas às baladas de São Paulo. “Eu tomo logo umas duas e saio causando, beijando todo mundo, dançando o tempo todo, curtindo mesmo”, diz ela.

II Congresso Internacional de Justiça Global e Educação em Direitos Humanos na Amazônia e III Fórum de Direitos Humanos e Cidadania da Amazônia



É com muita satisfação que convidamos à toda comunidade acadêmica, ONG´s, grupos de pesquisa, movimentos sociais, coletivos artísticos e políticos e instituições governamentais a contribuirem com os diálogos que ocorrerão nos próximos dias 04 a 06 de dezembro de 2013, por ocasião do III Fórum de Direitos Humanos e Cidadania e do II Congresso Internacional de Justiça Global e Educaçao em Direitos Humanos, auxiliando-nos a estender o convite à todos os parceiros possíveis para a construção e participação de redes de defesas em direitos humanos.

O Lajusa - Laboratório de Justiça Global e Educação em Diretos Humanos na Amazônia, preocupado em conciliar teoria e prática em suas atividades, traz para esta edição do evento a presença de Mario Lopez Garrelli, representante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos - CIDH, que tratará sobre o Informe Latinoamericano acerca dos Defensores de Direitos Humanos Ameaçados de Morte, e ainda, sobre os desafios processuais para a proteção de direitos no sistema interamericano.

Evidencia-se um momento histórico no Estado do Pará, pois será a primeira vez que a Relatoria de Defensores de Direitos Humanos da CIDH virá ao Brasil e, principalmente, se fará presente na Amazônia, através da Universidade Federal do Estado do Pará, articulando politicamente a região norte brasileira à proteção internacional de direitos pelo sistema interamericano.

No exercício deste ato político, o Lajusa, juntamente com movimentos sociais, está preparando o Informe de Violações de Direitos sobre algumas para procedermos ao seguimento processual de denúncia internacional decorrente de nossa realidade marcada pela ofensa ao meio ambiente e populações tradicionais, exploração sexual de crianças e adolescentes e pelos vários crimes conexos aos conflitos agro-ambientais.

Neste sentido, o evento está composto de dois momentos: o III Fórum de Direitos Humanos e Cidadania, pensado em formato de fóruns de debates, para problematizarmos os desafios para a proteção de direitos no Pará, o qual estamos buscando mobilizar uma ampla participação da comunidade acadêmica e dos movimentos sociais; e o II Congresso Internacional de Direitos Humanos destinado aos jogos e as trocas do pensamento crítico-teórico para a proposição de novas metodologias de reconhecimento de fontes de direitos a partir das práticas sociais onde os embates políticos e econômicos ceifadores de vida emergem, principalmente nas áreas de conflito em torno da terra no Pará.

Como tendência dos eventos do Lajusa, a proposta é dar seguimento às discussões iniciadas nas edições anteriores e pensar estratégias para construção estratégias de enfrentamento às violações de direitos decorrentes de processos judiciais problemáticos diante do decisionismo judicial.


Para desenvolver seus objetivos, o Lajusa produz pesquisas em parceria com as Universidades Federais de Pernambuco, Rio de Janeiro, Brasília e Mato Grosso, além das Universidades internacionais de Salamanca, Complutense de Madrid, Valladollid e Frankfurt, agregando psicólogos, pedagogos, cientistas sociais, juristas e filósofos no intuito de disparar resignificâncias da dogmática no reconhecimento de fontes de direitos heterogêneos e em diferentes níveis para a necessária releitura dos moldes formais de vinculação da jurisdição constitucional na busca de reconhecimento e valorização das práticas sociais das parcelas das populações diretamente relacionadas com as áreas de conflito e de violação agressiva dos princípios constitucionais da dignidade humana, como fonte de potência para o reconhecimento dos direitos. 

Assim, nesta busca incessante pelos espaços interinstitucionais e interdisciplinares e de extrapolação dos limites geográficos e culturais, o Congresso que ora anunciamos iniciará o período de debates que fluirá para o convênio internacional com a Universidade de Frankfurt com vistas ao intercâmbio de alun@s e professr@s nesta atividade de pesquisa.

Contamos com a participação docente de nossa universidade e o incentivo destes para a participação discente, com a respectiva compreensão das possibilidades e da importância para a formação acadêmica nas mais variadas áreas de ensino em nossa Universidade, visto que as temáticas e práticas desenvolvidas durante o evento são praticamente mínimas ou nulas no currículo da maioria dos cursos de formação de profissionais e pesquisadores nas chamadas ciências humanas, diametralmente oposto a importância de profissionais e pesquisadores que possam subsidiar a reflexão, a atuação e transformação em direitos humanos na Amazônia.

O Lajusa também lançou no dia 19 de novembro de 2013, o "DHiaLOGOS - local de direitos", como um espaço de vivências interrogativas entre docentes e discentes com vistas a seguirmos coletivamente abertos a este pensamento crítico proposto, e que ocorrerão mensalmente no auditório do Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ) da UFPA. 

Esperamos contar com a presença de tod@s para a construção de novas parcerias amparadas neste sentimento de comunidade que a Academia propõe.

Comissão Organizadora Lajusa
Grande abraço!

PROGRAMAÇAO 

III FÓRUM DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA DA AMAZÔNIA
AUDITÓRIO PROF. JOSÉ VICENTE MIRANDA FILHO - ICJ


02 A 04/12/13

8H – 12H – OFICINA DE GRAVURAS, DIREITOS HUMANOS E INTERVENÇAO URBANA. VAGAS LIMITADAS: 15 PARTICIPANTES.

04/12/13

17H – CONFERÊNCIA DE ABERTURA: “DEFENSORES DE DIREITOS HUMANOS E O RECONHECIMENTO DE DIREITOS NAS PRÁTICAS SOCIAIS”. PALESTRANTE: PEDRO PAULO GASTALHO BICALHO - DOUTOR EM PSICOLOGIA PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. 

17:45H - DEBATES

18H – LANÇAMENTO DE LIVROS

18:30H - PALESTRA MUSICAL: “ARTE E DIGNIDADE”. SALOMAO HABIB. VIOLONISTA, ARTE- EDUCADOR E PESQUISADOR.

05/12/13

09H – FÓRUM “POPULAÇOES TRADICIONAIS E DESAFIOS À PROTEÇAO DE DIREITOS”. PALESTRANTES: ELIANE MOREIRA - DOUTORA EM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO TRÓPICO ÚMIDO PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ; MOVIMENTOS SOCIAIS
.
10:30H - DEBATES

10:45H – INTERVALO 

11:00H - FÓRUM “TRABALHO ESCRAVO E A LUTA PELO DIREITO À MORADIA”. PALESTRANTES: VALENA JACOB - MESTRE EM DIREITO PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ; SOCIEDADE PARAENSE DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS; DEFENSORES DE DIREITOS HUMANOS.

12:00H – DEBATES

14H - FÓRUM “GRAVES VIOLAÇOES AOS DIREITOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES”. PALESTRANTES: CELINA HAMOY - ESPECIALISTA EM DIREITO PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ. ADVOGADA DO MOVIMENTO REPÚBLICA DE EMAÚS; FCDA - FÓRUM ESTADUAL DO DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. 

15:30H – DEBATES

15:45H - INTERVALO

16H - FÓRUM “CONFLITO AGRO-AMBIENTAIS, RESPONSABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL E A VIOLAÇAO AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS”. PALESTRANTES: JOSÉ BENATTI - DOUTOR EM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO TRÓPICO ÚMIDO PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ; LÚCIO FLÁVIO PINTO – JORNALISTA E SOCIÓLOGO; MOVIMENTOS SOCIAIS.

17:30H – DEBATES

17:45H – INTERVALO
18H – CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO “LA SITUACIÓN DE LOS DEFENSORES DE DERECHOS HUMANOS EN LATINOAMÉRICA”. CONFERENCISTA: COMISSAO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS: MARIO LOPEZ GARELLI.

19H – DEBATES.

PROGRAMAÇAO - “III CONGRESSO INTERNACIONAL DE JUSTIÇA GLOBAL E EDUCAÇAO EM DIREITOS HUMANOS NA AMAZÔNIA”

06/12/13

09H- CONFERÊNCIA INAUGURAL: “O PLANO NACIONAL E AS DIRETRIZES NACIONAIS DE EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS:DESAFIOS À IMPLANTAÇÃO". PALESTRANTE: AIDA MONTEIRO - DOUTORA EM EDUCAÇÃO PELA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO.

10H- DEBATES

10:15H- INTERVALO 

10:30H – MESA REDONDA “DESAFIOS DA EDUCAÇAO EM DIREITOS HUMANOS PARA O BRASIL E A AMÉRICA LATINA”. SALOMAO HAGE - DOUTOR PELA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO EM PARCERIA COM A UNIVERSIDADE DE WISCONSIN-MADISON, ESTADOS UNIDOS; CELMA TAVARES – DOUTORA PELA UNIVERSIDADE DE SALAMANCA.

12:00H- DEBATES. 

14H- MESA REDONDA “CLÍNICA POLÍTICA DE ESCUTA E O ENFRENTAMENTO ÀS VIOLAÇOES DE DIREITOS”. PALESTRANTES: DOLORES GALINDO – DOUTORA EM PSICOLOGIA SOCIAL PELA PUC/SP; FLÁVIA LEMOS - PSICÓLOGA, DOUTORA EM HISTÓRIA CULTURAL PELA UNESP.

15:30H- DEBATES

!5:45H- MESA REDONDA “UNIVERSALIDADE, CULTURALIDADE E DIREITOS HUMANOS”. EMMANUEL ZAGURY TOURINHO – DOUTOR EM PSICOLOGIA PELA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; ERNANI CHAVES – PÓS-DOUTOR EM FILOSOFIA PELA BAUHAUS UNIVERSITÄT WEIMER.

17:00H- DEBATES. 

17:15H – INTERVALO

17:30H – CONFERÊNCIA “PROTEÇAO MULTINÍVEL DE DIREITOS HUMANOS, LEGITIMIDADE DA JURISDIÇAO CONSTITUCIONAL E RECONHECIMENTO DE DIREITOS NAS PRÁTICAS SOCIAIS” CONFERENCISTA: PAULA ARRUDA - DOUTORA EM DIREITOS HUMANOS PELA UNIVERSIDADE DE SALAMANCA.

18:15H – DEBATES 

18:30H – LANÇAMENTO DE LIVROS

18:45H – CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO: “LOS DESAFÍOS PARA LA PROTECCIÓN DE LOS DERECHOS HUMANOS Y LA REFORMA DEL SISTEMA INTERAMERICANO”. COMISSAO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS: MARIO LOPEZ GARELLI.

19:30H – DEBATES

07/12 

08-12H – CURSO “PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA A EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS”. CELMA TAVARES – DOUTORA PELA UNIVERSIDADE DE SALAMANCA. VAGAS LIMITADAS: 15 PARTICIPANTES.

INSCRIÇOES: WWW.LAJUSA.UFPA.BR/ 
Inscriçoes para o Congresso do Lajusa Amazonia pelo site:http://www.lajusa.com.br/st/index.php/congresso-2013-justica-global

CONTATO: LAJUSA@UFPA.BR 
PALESTRAS E FÓRUNS: 40 HORAS DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES
INVESTIMENTO: 
DISCENTES: R$ 12,00
PROFISSIONAIS: R$ 22,00
CREDENCIAMENTO CONTÍNUO. CERTIFICADO COM 75% DE ASSISTÊNCIA.

ATUALIZAÇAO DA PROGRAMAÇAO PELO FACEBOOK: @LAJUSA

COORDENAÇAO CIENTÍFICA:
PAULA ARRUDA
COMISSÃO ORGANIZADORA
Letícia Donza
Gleice Kelley
Leiciane Madalena
João Taveira
Bianca Porto
Daiane Gasparetto
André Benassuly Arruda

CONVITE: "PSICOLOGIA SOCIAL E INSTITUCIONAL COM MARCELO FERRERI (UFS)"!

O Grupo Transversalizando convida-os para a palestra: "Psicologia Social e Institucional" com o professor Marcelo Ferreri (UFS)!

DATA: 13-12-2013
LOCAL: Auditório do ILC
HORÁRIO: 08H ÀS 12H00


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Lançamento da Frente Paraense de Drogas e Direitos Humanos (22/11/13)!

O grupo Transversalizando convida-os para o Lançamento da Frente Paraense de Drogas e Direitos Humanos! 

Dia: 22 de novembro de 2013;

Local: OAB/Pará (Praça Barão do Rio Branco, 93 - Campina - Belém- PA)

Horário: 08h30

INSCRIÇÕES GRATUITAS NO DIA E LOCAL DO EVENTO!


domingo, 17 de novembro de 2013

Cronograma 2013 Atualizado!

O Grupo Transversalizando informa-os que por conta de atividades realizadas por nós, nosso cronograma sofreu algumas modificações, segue abaixo:

19/11 - A política da saúde no século XVIII. De Foucault. 

26/11 - Psiquiatrização da Ordem: neurociências, psiquiatria e direito. De Selete Oliveira.

03/12 - Biopolítica e judicialização das práticas de direitos: conselhos tutelares em análise. De Estela Scheinvar. 

10/12 - A arte de governar crianças. De Rizzini, Pilotti (último capítulo do livro, de Vogel). 

17/12 - Confraternização ( a combinar).

Lembrando que nos encontramos todas às terças-feiras, às  17h45 no Bloco C (Pavilhão Básico) de Psicologia da Universidade Federal do Pará! 


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Transversalizando no Programa "UFPA Pesquisa" da Rádio Web UFPA!

Hoje (14-11), foi ao ar a Entrevista cedida pelo nosso Grupo na "Rádio Web UFPA", ao Programa "UFPA PESQUISA".  A Professora Dra. Flávia Cristina Silveira Lemos (Coordenadora do Grupo) contou um pouco de nossa história, apresentou algumas de nossas produções, ressaltando a interação da Universidade e organizações da sociedade civil para a produção e discussão de uma forma diferenciada de produzir conhecimento. Os membros do Grupo: Artur Couto, Mariane Bitencourt e Geise Gomes também participaram do programa. 

Confira a reprise do programa:
Dia: 14-11-13 (Quinta-feira) às 21h
Dia: 15-11-13 (SExta-Feira) às 15h
Dia: 17-11-13 (Domingo) às 10h


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Formação democratizante em saúde e política na universidade pública!

MESA: FORMAÇÃO DEMOCRATIZANTE EM SAÚDE 
E POLÍTICA NA UNIVERSIDADE PÚBLICA
(Texto apresentado no seminário "Educação e Resistência")

Geise do Socorro Lima Gomes
Psicóloga do NASF - Castanhal
Doutoranda em Educação / UFPA

Nós deslizamos à vontade
Na tarde que é dourada,
Bracinhos remam de maneira
Mais que desajeitada
Enquanto que em vão mãozinhas fingem
Guiar nossa jornada. 
(Lewis Carroll – Alice no País das Maravilhas)

Gostaria de iniciar essa conversa relembrando da personagem “Alice” do conto “Alice no País das Maravilhas” – vocês conhecem bem a história, é bastante popular, por isso, não vou recontá-la aqui. Pois bem, a personagem em questão é uma garotinha sapeca que por conta da sua curiosidade, entra em um buraco onde inicia uma queda que parece não ter fim. Quando finalmente o buraco cessa, coisas incríveis acontecem com ela: um novo mundo se descortina e é reinventado a partir de seu posicionamento neste. Ela questiona-se, questiona a realidade negando e contradizendo regras e a ordem das coisas, inquieta-se, intriga-se e experimenta.

É fácil gostar dessa inquietante Alice. E, portanto, não há nada de original nas minhas palavras, porque a Alice inspira a muitos: é referência tanto para a literatura, para as artes, para a filosofia, para as ciências: desde a matemática a Milton Santos! Enfim, também me encantei por essa garotinha desde a minha infância, que ao nascer a minha filha, adivinhem o nome que dei à ela?!

A minha Alice sapeca, hoje com três anos também é fonte de inspiração. Com ela vivo diariamente aventuras incríveis. Essas sim, originais!! Fruto do nosso encontro subjetivo, que se FORMA todos os dias e que opera em mim (DE)FORMAÇÕES constantes, a cada pergunta nova sobre o mundo e a cada resposta sua à FORMA como o entende, o inventa.

A outra Alice sapeca, também chama a atenção em outro aspecto: o mundo novo o qual vai entrar em contato não inicia ali no buraco! Foi preciso uma atitude dessa garotinha, a qual chamamos curiosidade que a impulsiona a seguir no seu devir inquietante, crítico, questionador, a procurar algo dentro do buraco. Atitude corajosa também! De ir ao encontro do desconhecido, e mesmo assim, chegando lá, não parar de questionar!

Pois bem! Com a ajuda dessas “Alice´s” fui convocada a operar no meu pensamento uma posição em relação à temática proposta para esta mesa... que prefiro que funcione como a mesa de chá do nosso conto, também questionando e produzindo curtos-circuitos sobre a formação que recebemos e que colocamos em funcionamento nas universidades, em especial nas universidades públicas.

Desse modo, os currículos propostos para os cursos das nossas nas universidades tem sido elaborados para formar que indivíduos? O quê esperamos desses profissionais? Onde essa formação permitirá que esse profissional atuem? E nesse local de atuação, esses sujeitos formados por essas universidades públicas conseguirão imprimir alguma ruptura, alguma cisão, algum tensionamento?

Essas são algumas das poucas perguntas que podemos endereçar a essa temática da formação ofertada nas universidades públicas, mas que sempre tem ganhado destaque entre pesquisadores, em diferentes épocas, tais como: Moreira (1999); Lisboa e Barbosa, (2009); Yamoto e Costa (2010); Ferreira Neto (2010); Brasileiro e Souza (2010).

É o nosso gato de Cheshire “pentelhando” o tempo todo com seu sorriso de uma ponta a outra da orelha, mas que nem sempre está-nos “sorrindo amigavelmente”, sabemos todos que um sorriso pode ser fatalmente irônico e nesse largo sorriso, portanto, sempre se esboça uma questão!

Vamos ver assim, que desde a década de 70/80 quando começou a se interrogar na Educação e nas Ciências Sociais a formação dada pelas universidades, fortes críticas são lançadas a estas, por realizarem na maioria dos cursos, uma formação tecnicista, apolítica, sem crítica e sem envolvimento, portanto, com as questões sociais que compõem as realidades brasileiras. Muitas dessas críticas foram encabeçadas pelos movimentos sociais preocupados com uma formação que pudesse possibilitar transformações sociais nessa realidade e problematizar os desafios que dai advém (BRASILEIRO; SOUZA, 2010). 

Com Ferreira Neto (2010) dizemos que o pensamento crítico, não produz lugares seguros, contudo, nos “propõe a permanente retomada da avaliação das instituições, sua contínua problematização”. Por quê? Porque essa formação produz impactos nos locais de atuação desses profissionais e nos serviços e atendimentos oferecidos à população. Impactos graves e sérios.

Apesar de parecer uma questão antiga, ainda nos deparamos com situações de total “desconexão” da atuação desse profissional (ou da formação recebida e sua atuação), principalmente nos serviços públicos, por meio da implantação de campos de trabalhos oriundos de políticas sociais. Vou me referir, mais especificamente à psicologia, que é meu campo de formação e atuação e tema de debate dessa conversa. Um exemplo que podemos recorrer é ao Sistema Único de Saúde (SUS), mas poderíamos também citar o Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Dois campos que vem incorporando os profissionais de psicologia, nos últimos anos, mas vamos nos deter ao SUS.

Desde a implantação do SUS no Brasil, em 1988, o quadro de psicólogos nesse campo de trabalho vem se alterando. Assim, na saúde, tínhamos uma reduzida contratação de psicólogos nesta área até os anos 80, e depois o SUS se torna o maior contratante de psicólogos do Brasil: podemos citar a criação dos Centros de Atenção Psicossocial, os Núcleos de Atenção Psicossocial; as residências terapêuticas, os Programas de saúde ligados à atenção primária de saúde como Melhor em Casa, com o foco no atendimento domiciliar, o Núcleo de Apoio à Saúde da Família como mais uma extensão do apoio matricial, bem como os Consultórios de Rua, etc., todos esses exemplos perspectivam um trabalho na saúde de forma multiprofissional e que na atenção à saúde mental, prima pelo trabalho psicossocial. Vemos aí, tentativas de democratizar o acesso à saúde, pela população, abordando esse sujeito em seus diferentes aspectos e por meio de diferentes estratégias. Mas, claro, muito há que se fazer, porque são práticas recentes que estão ainda em curso provocando a desconstrução “identitária” do psicólogo brasileiro. 

Então, devemos nos perguntar: essas mudanças ocorridas no campo profissional tem sido acompanhadas pela formação recebida? Alguns de vocês mesmos, estudantes, aqui presentes, podem responder a essa pergunta.

De acordo com Ferreira Neto (2011), nós temos uma dívida enorme com o SUS, não só porque ele abriu espaços para o trabalho, mas porque a forma de trabalhar nesse sistema tem demandado desses psicólogos uma atuação diferente, portanto, necessariamente nos provoca e pede uma formação diferente. Onde pese o pensamento criativo, a discussão política das questões que nos circunscreve, principalmente as questões que impactam diretamente a população que é atendida por esses serviços, a população que é tomada como alvo das políticas públicas de saúde, ou seja, a esmagadora população pobre desse país. E aí, questionar por sua vez, os dispositivos que operam nessas políticas públicas, porque não podemos fechar os olhos para as relações de poder que regulam e controlam essa população, tal como, tem nos advertido Foucault em muitos de seus trabalhos.

Problematizar nossa formação se faz necessário para desafiar os conhecimentos que insistem em permanecer ao longo dos anos e que sustentam as práticas criticadas, embora reconheçamos que importantes mudanças já venham ocorrendo, como as que podemos verificar nas Diretrizes curriculares de 2004 e 2011, que desloca a ênfase atribuída aos conteúdos para uma formação pautada em competências e habilidades (e obviamente, este tipo de formação/direcionamento também é passível de muitas críticas (BERNADES, 2004), mas no consola o Ferreira Neto (2011) que pelo menos mudamos o foco das perguntas!) O que não podemos fazer, é parar de questionar! 

O que Ferreira Neto (20111, p.42) quer dizer com essa interpretação é que temos uma mudança teórica-metodológica no currículo de psicologia que transfere o foco da “transmissão de conteúdos” para a “produção de capacidades de atuação em diferentes contextos”. 

O problema é que, não importa a abertura de novos espaços de atuação se não se muda o tipo de formação que estes estudantes estão recebendo, por que acabam indo para esses espaços com uma postura para atenção individual, biologizante, trabalho profissional também individual e isolado, porque não discutem como trabalhar interdisciplinarmente, multiprofissionalmente, e como expressar outra postura analítica que considere as demandas sociais, políticas e econômicas engendradas em nossas condições concretas historicamente e que transversalizam nossas condições de saúde.

Trabalhar com essa população por outro lado, não é assumir uma postura de piedade e nem de líder ou representante, como seja, nossa postura ao priorizar o pensamento crítico deve contribuir para construir outros modos de operar nos serviços de saúde pública: Assim, nos alerta Ferreira Neto (2011, p,17): “os oprimidos, como a população alvo das politicas públicas, conhecem a sua própria dor e podemos funcionar como agenciadores, intensificadores da voz autônoma e direta daqueles que lutam a sua própria luta, sem nos tornarmos para isso os interpretes do que seria desejável para eles. A emancipação deve implicar a autonomia não tutelada do coletivo”.

Desse modo, precisamos rever tanto teoria quanto práticas que extrapolem a atuação no campo da saúde mental favorecendo o processo de saúde (trabalhar com pessoas que não estão em sofrimento psíquico, mas que vivenciam outras formas de adoecimento), ou seja, compreender a relação entre como esse indivíduo se comporta e sua história de saúde, e como intervir nessa relação que é marcada também por um sistema de saúde e pela sociedade.

Para finalizar, trago um trecho do capítulo “Conselhos de uma Lagarta”, do nosso conto citado:

[A Lagarta e Alice olharam-se por algum tempo em silêncio. Por fim, a Lagarta tirou o cachimbo da boca e dirigiu-se à Alice com voz lânguida e sonolenta: “Quem é você?” Não era um começo de conversa encorajador. Alice respondeu muito tímida: “Eu... já nem sei, minha senhora, nesse momento... Bem, eu sei quem eu era, quando acordei essa manhã, mas acho que mudei tantas vezes desde então...”

“O quê você quer dizer com isto?” Perguntou a Lagarta com rispidez. “Explique-se melhor”.

“Acho que eu mesma não posso me explicar melhor, senhora.” Disse Alice, “porque eu não sou eu mesma, compreende?”

“Não, não compreendo” respondeu a Lagarta.

“Temo não poder explicar melhor” replicou Alice educadamente. “porque eu mesma não posso entender, para começar... ter tantos tamanhos diferentes em um só dia é muito confuso”.

“Não é, não” falou a Lagarta.

“Bem, talvez a senhora ainda não tenha passado por isso” disse Alice, “mas, quando a senhora se transforma numa crisálida – e isso vai acontecer um dia, a senhora deve saber, e depois numa borboleta, eu acho que vai se sentir um pouco estranha não vai?”

“Nem um pouco” respondeu a Lagarta.

“Bem, talvez os seus sentimentos sejam diferentes”, disse Alice, “mas, o que sei é que tudo isso é muito estranho para mim”.]

Sendo assim, caros colegas, faço dessa mesa de chá, um convite para continuarmos a estranhar essa Psicologia. O chá está sendo servido!

Referências:

BRASILEIRO, T. S. A; SOUZA, M. P. R. Psicologia, diretrizes curriculares e processos educativos na Amazônia: um estudo da formação de psicólogos. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, SP. Volume 14, Número 1, Janeiro/Junho de 2010: 105-120.

FERREIRA NETO, J.L. (2010). Uma genealogia da formação do psicólogo brasileiro. Memorandum, 18. Disponível em: <http://www.fafich.ufmg.br/memorandum/a18/ferreiraneto01.pdf.  Acessado em: 16/09/2012.

FERREIRA NETO, J.L. Psicologia, Políticas Públicas e o SUS. Editora: Escuta. 2011.

CARROL, LEWIS. Alice no País das Maravilhas. 2.ed. Arara Azul: São Paulo, 2000.

LISBOA, Felipe Stephan; BARBOSA, Altemir José Gonçalves. Formação em Psicologia no Brasil: Um Perfil dos Cursos de Graduação. Revista Psicologia: ciência e profissão, 2009, 29 (4), 718-737.

MOREIRA, A.F.B.(org.) Currículo: Políticas e Práticas. Campinas: Papirus, 1999.

YAMOTO, O. H.; COSTA, A. L. F. (Org.). Escritos sobre a profissão de psicólogos no Brasil. Nata, RN: EDUFRN, 2010.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Convite: Roda de Conversa sobre o Documento Preliminar de Referência Técnica para Atuação das(os) Psicólogas(os) em Políticas Públicas de Álcool e outras drogas.

Publicado em: http://crp10.org.br/


Data: 13 de novembro de 2013 às 16h.
Local: Auditório do CRP10 – Generalíssimo Deodoro, 511. Bairro Umarizal
O Conselho Regional de Psicologia PA/AP, por meio do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas – CREPOP, convida psicólogas e psicólogos para discutir e construir coletivamente orientações sobre o documento “Referências técnicas para a atuação de psicólogas(os) em políticas públicas de álcool e outras drogas”. O texto se encontra em consulta pública pelo Conselho Federal de Psicologia – CFP via CREPOP nacional até dia 16 de novembro.
As suas contribuições servirão para aprimorar o documento, garantindo que sua versão final reflita os interesses das(os) profissionais desta área. Além disso, vai estabelecer diretrizes técnicas e orientações pertinentes, coerentes com uma visão de Políticas Públicas e de prática profissional no campo de álcool e outras Drogas.
Nossas contribuições, através de suas experiências e opiniões, são fundamentais para a formulação de princípios e orientações para a atuação de Psicólogas (os) no Campo das Políticas Públicas sobre Álcool e Outras Drogas. Servirão também como forma de garantir que a versão final contemple as necessidades técnicas dos profissionais que atuam nesta área em nossa região.
 Para participar cadastre-se no site do CREPOP: http://www2.pol.org.br/pesquisacrepop/consultapublica13/, leia o documento na íntegra e traga suas considerações para o debate. As contribuições também podem ser individuais com o preenchimento do formulário que se encontra neste mesmo link.
Mas ressaltamos que a discussão coletiva é de extrema importância neste momento para que possamos refletir as considerações da região Norte sobre o documento.
Para mais informações ou se necessitar que solicitemos sua liberação do trabalho para poder participar do evento, entre em contato através do e-mail: cotec@crp10.org.br ou crepop@crp10.or.br 
Mais informações: (91) 3224-6322 e 3224-6690
Danieli Lameira – cotec@crp10.org.br
Eunice Guedes e Letícia Palheta – crepop@crp10.org.br

Seminário online “Psicoterapia nas Políticas Públicas de Saúde”

Publicado em: http://crp10.org.br/
O Conselho Federal de Psicologia (CFP), em parceria com a Associação Brasileira de Psicoterapia (Abrap) realizará, na próxima segunda-feira (18), o Seminário “Psicoterapia nas Políticas Públicas de Saúde”. O evento será em São Paulo, na sede do CRP-06, das 9h30 às 12h30, mas será transmitido ao vivo pela internet, no site do CFP.
O objetivo é proporcionar diálogos sobre psicoterapia como instrumento para as políticas públicas de saúde, além de incentivar a qualificação dos psicólogos-psicoterapeutas.
Os debates serão moderados pelo conselheiro Federal, Henrique Rodrigues, coordenador e Professor do Instituto de Formação e Pesquisa Wilhelm Reich e Supervisor e Professor do Centro Universitário Celso Lisboa.
Estão confirmadas as falas da presidente do CRP-06, Elisa Zaneratto, da delegada brasileira na Federação Latino-americana de Psicoterapia (FLAPSI), Emília Afrange, e do diretor do Setor de Psiquiatria do Hospital de la Santa Creu i Sant Pau da Universidade Autônoma de Barcelona, Juan Linares.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Hoje (06/09) aconteceu a oficina "Estética, corpo, ética e política"! Ela fez parte das atividades do Seminário Educação e Resistência, que está acontecendo na Universidade Federal do Pará!
Amanhã tem mais! 
É gratuito! 
Começa às 08h00, no Auditório Setorial Básico I (UFPA).

Confira um pouco do que rolou!

Fotos da Oficina: "Estética, corpo, ética e política"
Dia 06 de Novembro de 2013 / ICED - UFPA

Ministrantes: Daiane Gasparetto e Robert Rodrigues 
Fotos: Artur Couto