quinta-feira, 7 de março de 2013

CFP promove debate online sobre a imagem da mulher na mídia


Publicado em: http://site.cfp.org.br


Evento será transmitido online na sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, às 19 horas.

“Mulher na Mídia: Subjetividade e Cidadania” é o tema do debate online que acontece na próxima sexta-feira (8/3), Dia Internacional da Mulher. O evento é uma promoção do Conselho Federal de Psicologia (CFP), e tem como objetivo discutir a presença feminina nos meios de comunicação social e a produção da subjetividade. A transmissão será feita pelo site do CFP, a partir das 19 horas.
O debate abordará os efeitos que a mídia produz em relação ao padrão estético e ético feminino. A coordenação do debate será feita pela conselheira do CFP, Roseli Goffman, com a presença de Rachel Moreno, do Observatório da Mulher e Articulação Mulher e Mídia, Juliano Carvalho, coordenador do programa de pós-graduação em Televisão Digital: Informação e Conhecimento da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Julciane Anzilago, da direção nacional do Movimento das Mulheres Camponesas do Brasil do Estado de Goiás.
Segundo Roseli Goffman, que coordenará os trabalhos, a mídia brasileira gera cotidianamente uma violência simbólica contra o público feminino, criando uma realidade artificial, usando o entretenimento para eleger alguns modelos de comportamento em detrimento de outros, mais diversos e plurais.
Em contrapartida, esse tipo de abordagem na mídia tem gerado outros efeitos, provocando as mulheres a protestarem contra os padrões estéticos e comportamentais instituídos. “Hoje em dia temos várias manifestações sociais para que esse cenário mude, a exemplo da Marcha das Vadias e da atuação do movimento de mulheres junto ao Ministério Público”, destaca Roseli.
Violência contra a mulher
O Mapa da Violência, publicado em 2012, pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela) e pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), aponta que mais de 92 mil mulheres foram assassinadas no país entre os anos de 1980 e 2010. Durante o período, o número de assassinatos de mulheres subiu mais de três vezes, saltando de 1.353 casos para 4.465. A tendência, segundo especialistas, se manteve nos últimos dois anos.
Em 2011, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, registrou 70.270 atendimentos a mulheres vítimas da violência. A maioria delas tinha entre 15 e 29 anos e foi agredida por maridos ou namorados.
Com base nesse contexto, o debate também questionará a responsabilidade ética da mídia com estes números impressionantes.

9 comentários:

  1. E, por falar em mídia, há um número significativo de assassinatos de mulheres no país, de fato. Mas esse número é apenas parte de um ainda maior, que se refere ao número total de pessoas - adultos, crianças, idosos, de etnias diferentes, etc. Ademais, os movimentos que questionam essa popularização de certos traços femininos em perda de outros são ainda pouco expressivos, por causa da aceitação - e não apenas pelas mulheres - dos padrões impostos pela mídia. Penso que os movimentos questionadores nesse sentido atuais estão muito compartidos, muito particulares. Já dizia um conhecido meu: milhares de pessoas se reúnem pra protestar contra a homofobia, mas quantas se reúnem contra a corrupção na política?

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  2. É claro que a intervenção midiática quanto àqueles movimentos tem grande participação, no sentido de fazer as pessoas conhecerem-nos ou não, especialmente as tvs gratuitas.

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  3. É clarividente a importância que a mídia possui no desenvolver deste processo, atuando de forma determinante na formação de certos hábitos, costumes e ideologias que são introduzidas à vida das mulheres, e, outrossim, das demais pessoas atingidas pelos meios de comunicação em geral. E os dados que são apresentados sobre a violência são, não raramente, incompatíveis com os milhares de casos que se desenham diariamente, episódios que se pintam com a tinta mais escura da covardia que , sob a veste da violência, se disfarçam dos mais lamentáveis modos para oprimir o outro, humilhá-lo e torná-lo diminuto ante a vida. intuo que, os diversos movimentos de resistências existentes carecem de mais envolvimento da sociedade e conscientização da importância de tal tema para o corpo social.

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  4. Na sociedade da tecnologia e da informação, a mídia possui um papel importante, sendo considerada o 4º poder. Diante disso, não se deve tratar como banais os conteúdos veiculados pela mídia, pelo contrário, eles devem ser focos de constantes debates nos mais diversos segmentos da sociedade.
    O CFP promoveu um debate muito interessante sobre a imagem da mulher na mídia, principalmente por se tratar de um segmento social que há muito tempo luta pela igualdade, que já alcançou grandes conquistas, mas que ainda sofre com o preconceito e a violência.
    Entendo que a estereótipo de mulher veiculada na mídia é uma espécie de "violência simbólica", como foi bem colocado por Roseli Goffman. É como se a mídia lançasse o perfil ideal de mulher, para que todas busquem a adequação ao perfil, mas, automaticamente, há a "exclusão social" das que não se enquadrem.
    O que é importante ressaltar é que existem mulheres contrárias a essa padronização, e que repudiam isso por meio de manifestações e protestos. O que me alivia e muito: ver que esse segmento que luta historicamente por seu reconhecimento social não se acomodou diante das conquistas, pelo contrário, mostra conhecimento, luta e defende seu direito. Eu apoio!

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  5. Mais do que inquestionável que o papel da mídia exerce influencia significativa nos processos de subjetivação da população brasialeira que a assiste assiduamente. No que diz respeito ao papel/condição da mulher nesse cenário,parece haver movimentos contráriditórios na forma de concepção da figura femenina. De um lado presenciamos o bombardeio massificante e até exaustante da propagação das ditas "melheres frutas", as então "periguetes" famosas em destaque no horário nobre, assistentes de palco que apenas rebolam em programas quase que totalmente apresentado por homens apenas. No movimento contrário há a veiculação de mulheres inteligentes liderando programas, em telejornais, promovendo a discussão sobre a sua própria condição enquanto mulher na sociedade(como no próprio exenplo da tentativa da coordenadora e conselheira do CFP). No mais é perceptível que as próprias mulheres chegam a divergir sobre suas concepções a cerca de si mesmas. Contudo, é perceptível que ainda há (mesmo que velado) certa desigualdade entre os gêneros e a necessidade de interrogar e discutir melhores viabilidade porbusca de equidade de direitos por via da mídia, considerando o quão de influência que exerce na vida das pessoas .

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  6. A violência contra mulher, decerto, não se efetua apenas diretamente com danos físicos. A mídia é grande formadora de subjetividades que são totalmente carregadas de preconceito, uma vez que estabelece seus ideais, como se o que estivesse fora deles fosse digno de total desaprovação. O preconceito é uma terrível forma de violência, e a mulher tantas vezes é violentada dessa forma, uma vez que ela não corresponda esteticamente, ou de qualquer outra maneira, conforme os padrões da mídia. A opressão se dá por meio da cobrança social e até mesmo pela própria mulher que se autopune por não "ser como deveria ser". É necessário haver uma reformulação na conceituação do que a mulher representa para a sociedade,a ponto de ela chegar a reconhecer seu valor acima de qualquer padrão imposto pela mídia.

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  7. É visível a influência que a mídia exerce sobre a população, logo é necessário que se tenha conhecimento e noção da ética que deve ou deveria estar acompanhando os conteúdos apresentados para a sociedade.
    Por esse motivo é que acho muito interessante este debate promovido pelo CFP, uma vez que os números apresentados de violência, principalmente contra a mulher, se tornam alarmantes.
    A mídia produz perfis de mulheres que devem ser seguidos e aquelas que fugirem a este padrão são excluidas da sociedade, uma forma clara de propagação de normatizações e alienação. Sem contar nas imagens que desvalorizam a mulher e incentivam a violência contra elas.
    Assim, este debate sobre a imagem da mulher na mídia é importantissimo, principalmente para nós enquanto estudantes ou psicólogos, que lidamos com o ser humano, construção da subjetividade...e que de uma forma ou de outra são influenciados diariamente pela mídia.

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  8. Quando se pensa em violência contra as mulheres geralmente vem em mente à violência domestica/física cometida por homens. Mas a violência é cometida de diversas formas na propaganda, em telenovelas, no trabalho.
    A mulher já vem há muito tempo sendo foco central na mídia. Antigamente era representada em propaganda como dona de casa e depois o apelo erótico toma lugar.
    As mulheres têm menos espaços na mídia que os homens e quando este espaço e disponibilizado é mostrando de forma estereotipada usando a imagem do corpo da mulher em propagandas de carro e de cerveja, por exemplo. Pouca representativa dos papeis que nós exercemos na sociedade. E a forma como a imagem é exibida, além de machistas, reforça a ideia da mulher como objeto de desejo e influência a violência contra a mulher. E há um consenso no que diz a respeito á influência que a mídia exerce sobre a população, ou seja, são formadores de opinião pública.
    Lembrei-me de uma propaganda do ano passado da Loja Marisa que é como se dissesse “é melhor você capricha” se não você vai ficar sem homem e ficando sem homem você vai ficar infeliz. Quer dizer que mulher só é mulher quando consegue um homem? E só conquista um homem quando mostra seu corpo usando lingeries bonitas?
    E quando falamos de mulheres negras sendo representadas pelas mídias sociais o problema é ainda maior. Por exemplo, em novelas brasileiras raramente vermos protagonistas negras nas novelas e em propagandas a grande maioria são mulheres altas, magras, brancas de cabelos lisos e loiros. È está imagem padronizada não representa a maioria da população brasileira e este modelo ignora a diversidade racial e cultural do nosso país.

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