quinta-feira, 7 de março de 2013

Experimentações críticas no campo das lutas por direitos: relato de uma jovem estudante

Formação política, trabalho coletivo e valioso intercâmbio crítico foram vetores de subjetivação de jovens estudantes, nos dias de 7 a 17 de fevereiro, de 2013, em que, junto a 50 estagiários, nos propusemos a viver a experiência do 4º Estágio Interdisciplinar de Vivência do Pará. Ocorrido no Centro de Estudos e Formação em Agroecologia e Cultura Cabana – CEFAC, localizado no assentamento de reforma agrária Luis Carlos Prestes, município de Irituia – PA, o momento contou com estudantes dos cursos de Agronomia, Engenharia Florestal, Biologia, Farmácia, Enfermagem, Psicologia, Direito, Pedagogia, Ciências Sociais, Zootecnia, Medicina Veterinária, estudantes secundaristas e jovens atuantes nos movimentos sociais. Entre os municípios representados estavam Altamira, Brasil Novo, Belém, Bragança, Barcarena, Marabá, Parauapebas, Capanema, também os Estados do Ceará, Bahia e Rio de Janeiro, e, ainda, o país da Colômbia. Temas como Direitos Humanos, Contexto Agrário Brasileiro e Movimentos Sociais foram pensados e debatidos de modo associado à formação nas áreas representadas pelos estudantes. Um ponto de encontro que serve para realizar trocas e agregar importantes elementos na prática cotidiana dos jovens que, puderam retornar desta experiência com outros olhares e interrogantes, na medida em que puderam conhecer as condições de existência e maneiras de agir e lutar de movimentos sociais que vivem, no Sudeste do Pará. 

Autoria de Luzia Souza 
Estudante do 4 semestre de Psicologia da Universidade Federal do Pará (UFPA)- 2013

10 comentários:

  1. Tive oportunidade de saber um pouco mais deste estágio de vivência pelo relato da própria autora deste texto. Com base neste relato e no que tenho experienciado até agora, penso que a vivência fora da Universidade é importante para a formação de qualquer profissional, existe um aprendizado deveras importante com a experiência prática. Penso que a inserção do profissional nestes espaços politizados, de campo multidisciplinar, proporcione uma visão mais contextualizada do fazer psi.

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  2. Experiência muito importante não só para vida acadêmica, como também para vidainteressante para o trabalho em equipe. pessoal de cada um que teve a oportunidade de participar.
    Aprender a dividir espaço e trabalhar com outros profissionais, áreas do saber diferentes da sua é interessante para o trabalho em equipe.
    Além disto, experienciar uma outra realidade, principalmente de movimentos sociais, de locais diferentes do seu convivio proporciona trocas de saberes e experiencias incriveis.
    Considero válida estas trocas para crescimento profissional como um todo e também para uma amadurecimento pessoal.

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  3. Estou de acordo com os comentários acima no que condiz da importância de novas formas de ganho de conhecimento. Acredito que só estar dentro de uma sala em uma Universidade consumindo conhecimento não seja suficiente para a formação de um bom profissional, essas vivências nos proporcionam uma visão diferenciada sobre diversos temas e nos torna um pouco mais conscientes para nossa realidade e para a realidade alheia, a política está inserida em todos os contextos de nossas vidas e devemos nos valer dela para que construamos um novo saber e que compartilhemos deste novo saber com a sociedade.

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  4. É importante que o discente saia do espaço acadêmico para que possa estabelecer com a comunidade uma relação que possa propiciar trocas de saberes, para que nós não alimentemos a arrogância de que somos os detentores de conhecimento, pelo contrário, esse tipo de vivência se mostra de grande relevância, pois propicia um ambiente de compartilhamento de experiências que podem nos proporcionar um amadurecimento que pode repercutir positivamente não somente na nossa vida profissional, mas também pessoal. Com certeza não teremos esta grande experiência se ficarmos restritos ao espaço da Universidade.

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  5. Os Movimentos Sociais e seu caráter verdadeiramente pedagógico, pois que educa na luta pelos direitos! Educa tantos os participantes, quanto os adversários e a sociedade em geral, que se identifica nas causas postas em pauta. Altera a visão de mundo, concepção política e participativa de quem assume a responsabilidade de lutar pela melhoria das condições de vida do coletivo. A Universidade, enquanto espaço de formação, é mais um dentre outros que nos auxiliam a compreender as forças que circulam e delineiam as formas da nossa sociedade.

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  6. O incentivo da luta pelos direitos da sociedade devem ser, sem dúvida, propagado dentre o ambiente estudantil, pois, certamente, grande é a importância de obtermos uma educação que visa não somente os interesses pessoais, mas basicamente o de toda uma comunidade, considerando suas inúmeras diversidades. Achar que sua participação política é dispensável, delegando somente aos representantes eleitorais a responsabilidade de decidir pela sociedade e acomoda-se com isso, é pensar pobre. Devemos nos empenhar como portadores de conhecimentos que visam a transformação e melhoria social.

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  7. Penso que inciativas como essa podem contribuir não apenas para uma formação integrada, teoria e prática, que extrapola os muros da universidade e torna palpável o que se lê e ouve.A referida experiência mostra-se implicada na realidade social daqueles que estavam lá, inserida, vivida e isso pode trazer, para aqueles que experimentaram e até para os que só ouviram falar, um fator importante do fazer psi:entender o outro a partir da perspectiva dele, olhá-lo e compreendê-lo a partir dele mesmo. Dessa forma, as realidades sociais são transformadas a partir de uma visão consciente e experimentada da realidade social que nós ou outras pessoas vivem. Considero uma experiência válida e que deveria ser melhor divulgada para os que têm interesse em realizá-la.

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  8. Muito feliz por ver amigos queridos ao qual puder ter oportunidade de ver, compartilhar e estudar junto, ascender e se comprometer com as causas da luta dos movimentos sociais como Luzia Poça. Oportunidades como essa de sair do ambiente acadêmico e vivenciar na prática, além de obter maior conteúdo assimilado de forma tão significariva como essa lhe prorporcionou, é notoriamente enriquecedor e admirável, não só mostra o real engajamento como ilustra o interesse e motivação tanto de alunos como de professores a incentivar cada vez mais ações como essa. Parabenizo!

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  9. Faço minhas as palavras do amigo Jorge, e acrescento: tenho acompanhado o trajeto que a autora do texto têm feito junto às lutas sociais fora dos limites da universidade e a tenho como exemplo.Pude ver as fotos e testemunhar o entusiasmo com que falava a respeito da experiência vivida nesses espaços e uma frase dita por ela me marcou: "Eu nasci para isso!" Comentários como esses nos fazem pensar o nosso saber/fazer não como uma mera aplicação de técnicas voltadas a atender demandas quase sempre regidas por uma lógica mercadológica, mas como meio de contribuir de forma concreta e verdadeira para a transformação da realidade que nos cerca, para a qual, por muitas vezes, insistimos em tapar os olhos.

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  10. Reputo fundamental os estudantes saírem de suas zonas de conforto dentro da universidade e tomarem contato com a realidade do nosso país e de como vivem aqueles que estão conectados às lutas sociais. Creio que o aprendizado não se faz somente intramuros, muito pelo contrário: o conhecimento acadêmico sem a experiência de vida torna-se inócuo e, algumas vezes, legitimador dos discursos oficiais.

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