sábado, 12 de outubro de 2013

Entrevista com Adriana Macedo sobre Dia das Crianças e a Psicologia

Publicado em: http://crp10.org.br/

Dia das crianças também é momento de falar sobre direitos humanos e Psicologia. 
dia das crianças crp
Sobre o assunto, a conselheira do CRP10 Adriana Macedo concedeu uma entrevista sobre o assunto.

- Dia das Crianças é uma data comercial que pode gerar consequências entre meninos e meninas. Quais são as consequências? São negativas?
As consequências podem ser diversas. O que se deve evitar é o consumo desenfreado ou quando o fato de dar presentes no dia das crianças ou em qualquer outra data comemorativa, substitui a presença e o afeto dos pais/responsáveis. Nenhuma criança nasce consumista e quando este fato interfere na subjetividade da criança, trazendo problemas psicológicos como ansiedade ou obesidade ou criando alguma exclusão social, aí as consequências são negativas.
- Mas existem consequências positivas nessa relação de presentear os filhos?
Sim. Existem varias formas de presentear os filhos. Presentear os filhos construindo o brinquedo, levando para passear em praças, bosques, praia, que fujam desta lógica comercial, consumista, se torna uma relação positiva. Presentear não pode só significar comprar brinquedos.
- O dia também pode ser o momento de se falar de garantia de direitos de crianças e adolescentes. Quais são os maiores desafios da Psicologia relacionada a esse público?
É um ótimo momento para refletirmos no que estamos construindo e fomentando. A mídia tem uma grande parcela de responsabilidade no consumismo descomedido, com anúncios em vários meios de comunicação, associando o brinquedo com a felicidade, colocando valores pessoais neles. Sendo assim, a criança entende que só será feliz ou terá sua família unida, por exemplo, se ganhar aquela boneca ou aquele carrinho que tanto a televisão anuncia.
A psicologia tem um grande desafio frentea isto. Refletir sobre a relação  do consumo relacionado a infância já é um grande passo e refletir não sobre a criança e sim com a criança, conversando com ela, com os responsáveis e professores sobre a verdadeira função da publicidade.
É um assunto de tamanha relevância para a psicologia, que foi firmado um acordo entre o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça (SENACON/MJ), para que a psicologia faça uma análise sobre a publicidade voltada para o público infantil.
A criança e o adolescente têm o direito de ser protegidos, uma vez que o consumo está diretamente ligado ao comportamento e estes ainda estão em processo de desenvolvimento.

9 comentários:

  1. Muito interessante a entrevista com a psicóloga Adriana Macedo, pois o dia das crianças é apenas visto como sinônimo de presentes, não havendo uma reflexão sobre o significado disso na vida dos pais e principalmente das crianças. É justamente essa reflexão que a psicóloga nos traz ao discutir sobre os pontos positivos e negativos de presentear os filhos no dia 12 de outubro. Algo muito importante que ela diz é sobre o consumismo e o que isso pode significar na construção da subjetividade das crianças. É importante ensinar aos pequenos sobre a noção de valores e consumo, e não deixar que a mídia acabe construindo ideias distorcidas sobre o consumo. Os pais devem estar atentos a isso para que seus filhos não cresçam tendo em mente que o consumo é sinônimo de felicidade.

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  2. È muito importante a problematização do consumismo desenfreando relacionada com a publicidade voltada para o público infantil. Pois a publicidade é perversa, pois ela acaba influenciando que a criança se comporte de modo competitivo e individualista. A propaganda promete muito mais do que apenas a felicidade te ter as coisas, ela promete que a criança seja o centro das atenções, seja popular. E as crianças crescer achando que o consumo dos produtos trazem a felicidade. No documentário, “Criança, a alma do negocio”, se discute o poder de influência que a mídia exercer no comportamento da criança e do adolescente. Problematizados os métodos e a ética que está inserida na publicidade e no consumo de crianças e adolescente. È Por isso que é necessário que haja debate sobre a publicidade infantil, pois com a psicóloga Adriana Macedo diz no final dessa entrevista “A criança e o adolescente têm o direito de ser protegidos, uma vez que o consumo está diretamente ligado ao comportamento e estes ainda estão em processo de desenvolvimento.” E que a psicologia também faça parte desse debate.

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  3. A conselheira do CRP10, Adriana Macedo, levanta muitos pontos interessantes na entrevista sobre o dia das crianças, sobre o consumismo, o qual substitui o afeto. Isto é extremamente prejudicial, mas, infelizmente, já é comum, faz parte de algo muito maior, da composição de nossa sociedade capitalista. Os pais pensam que só vão fazer os filhos felizes se derem tudo de material para eles. Penso que quando as escolas públicas eram mais influentes e uma referência, havia menos consumismo. Explico-me: hoje já começa se consumindo a educação. Na escola particular, que já é um ambiente comercial, com lanchonete do Mc Donalds, o consumismo já está presente, mesmo que as crianças não percebam. Para uma não se sentir mal, acaba tendo que ter o mesmo sapato que o colega, os mesmos materiais escolares e vai perturbar os pais. Os direitos, como os de qualquer outros indivíduos, não são efetivados. O que é triste é o fato de o descumprimento não gerar multas. Mais: deveria haver uma lei dizendo que os políticos deveriam perder o cargo se não efetivassem 90 % dos direitos. A Psicologia entra para conversar com a criança, o que é importantíssimo, pois não subestima, como sempre fazem os outros, inclusive os pais. Porém creio que a Psicologia deve ser mais ativa, contribuir mais, pois hoje só se conhecem os psicólogos porque eles aparecem dando entrevistas em matérias de comportamento. Mas a Psicologia não é só isso!

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  5. A entrevista feita com a Adriana Macedo traz-nos uma reflexão sobre o significado do dia das crianças. Mais uma vez, Infelizmente, o capital transformou uma data comemorativa em “mercadoria” que visa apenas o lucro e o incentivo ao consumismo sem medida.
    No contexto atual, é extremamente importante pensar na forma como estão sendo conduzidas as nossas crianças e principalmente nos efeitos dos valores e hábitos consumistas que elas absorvem cada vez mais cedo. A maioria das crianças passa a relacionar a felicidade e outros sentimentos a brinquedos, roupas, tablets e celulares ou quaisquer outros bens materiais que estejam na moda ou nas mais avançadas tecnologias. Dessa forma, valores e hábitos simples como compartilhar, conversar, brincar com alguém e passear com a família são, aos poucos, substituídos pela competição, pelo individualismo, por alguns “objetos” , pela companhia do vídeo game ou pela virtualidade da internet. No dia em que se comemora o dia das crianças seria importante refletirmos sobre os direitos e deveres da criança na sociedade, e os ensinamentos e valores que estão sendo transmitidos a essas novas gerações.
    Só para se ter uma ideia, segundo o jornal do Brasil, o dia das crianças é uma das ocasiões que mais aquecem o comércio brasileiro, ficando atrás apenas do Natal. Isso mostra o quando esta data esta relacionada ao consumismo atrelando o conceito de felicidades a coisas materiais. Para mudar esse quadro, ações como a do Movimento Infância Livre de Consumismo (MILC) e do Projeto Criança e Consumo, tentam diminuir a influência das propagandas e do consumismo propondo uma perspectiva diferenciada como passeios, dar atenção, dar um novo significado a valores que não estejam atrelados a bens materiais, construindo valores e incentivando atividades que mantenham o espírito e os hábitos de criança, mais humanizadas e menos programadas pelo sistema do capital.

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  6. É uma entrevista importante, no sentido de que é necessário estar em alerta em relação a esse dia tão esperado pelas crianças.
    Uma data que por vezes é vista com naturalidade e como inofensiva, pode se tornar um grande problema na vida daquelas crianças que passam a se importar exclusivamente em ganhar brinquedos e presentes outros, como eletrônicos. Esta criança - que se torna uma consumista em potencial - começa a trocar companhias sociais por brinquedos. Por exemplo, muitas crianças, hoje em dia, preferem ficar trancadas no quarto jogando vídeo game (o da vez, é claro.) do que sair para brincar com os amigos.
    Outro ponto importante, levantado na entrevista, é a questão da troca afetiva pela material. Infelizmente, muitos pais acham que encher a criança de brinquedos é a mesma coisa que cuidar, esquecem-se que a criança precisa do afeto e amor deles, fazendo assim, com que a criança não cresça de forma saudável.
    É importante entender o verdadeiro sentido desse dia, que varia de data em alguns países. Em 1923, o Rio de Janeiro (capital do Brasil, na época) sediou o 3º congresso Sul-Americano da criança. No ano seguinte, o deputado federal Galdino do Valle Filho elaborou o projeto de lei que estabelecia essa nova data comemorativa. Vê-se então, que os direitos conseguidos para as crianças que deram origem a essa data. Infelizmente, as pessoas preferem pensar nessa data como mero dia para se ganhar presentes.

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  7. Ensinar, através do exemplo, o caminho correto a seguir é um dos maiores presentes que uma criança pode receber. Moldar seu caráter, impor-lhe limites, mostrando que nem tudo que se quer se pode ter. Hoje em dia é comum ver os pais dando tudo o que os filhos pedem para não ter que lidar com suas outras demandas. É o caminho mais fácil.

    Meus pais não eram muito de estar me dando presentes nos dias das crianças, e também nunca me disseram que Papai Noel ou coelhinho da Páscoa me trariam algo... sempre foram sinceros, transparentes. Educaram-me com o melhor que tinham, e esse foi meu maior presente. Me deram meus valores. Foram e são a mais importante influência na construção de quem eu sou, e fizeram isso,apenas por estar PRESENTE.

    Não poderiam ter me dado nada melhor!

    Espero que outros tenham também a mesma oportunidade!

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  8. Importante lembrar do Dia das Crianças não apenas como um período de consumismo intenso, mas para uma reflexão sobre a atenção dispensada as crianças e a garantia ou violação de direitos as quais são expostas. Quanto a questão do consumo, colocada por Adriana Macedo, é preocupante como os pais e outras pessoas próximas lidam com esse consumo,e não apenas isso, como os tipos de propagandas que são utilizadas para induzir a preferência das crianças por determinados produtos. Incluindo alimentos não saudáveis, objetos os quais são supérfluos a criança,e até mesmo erotização da infância e supervalorização da adolescência em detrimento dessa.

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  9. Em príncipe, presentes são testemunhos de amor. Como disse Adriana Macedo «Presentear os filhos é importante, mas temos que saber quando presentear, e que presente a oferecer». Pois, tem brinquedos que chega a tornar uma criança rebelde. A tanto veracidade de presente sobre o plano psicológico. Há uma reflexibilidade da pessoa que oferece e quem recebe. Por uma criança é difícil identificar, mas por que me ofereçam tanto presente? Até chega que os pais falam se não tirar boas notas não vai ter presente do natal, Então isso é um reforçamento que traz uma excelente fonte de atenção a certeza de que fornecer o suficiente para a criança. Caso contrário, correrá o risco de solicitar a nossa atenção negativamente, gritando, não respeitando as regras.

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