terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Violências às Índígenas e a Todas Nós

Ampliando ainda mais o lastro do histórico do extermínio e demais violências aos indígenas, neste país, e mais especificamente aos índios guarani-kaiowá no Mato Grosso do Sul, tivemos a horrível notícia da índia kaiowá que fora violentamente estuprada por oito pessoas em uma fazenda quando estava a caminho do centro urbano da cidade de Iguatemi.

Neste instante, ao ver tamanho desrespeito à mulher, muitos de nós perguntamo-nos, como pode acontecer tamanha violação da mulher indígena? Para que toda esta violência propagada aos indígenas deste país?

E mais uma vez notamos que, com este ato, fomos todas nós também violentadas, da mesma maneira que somos violentadas todos os dias quando tantas outras incontáveis mulheres que passam por tantos outros episódios de violência neste país. Torna-se impossível não se indignar com os racionais meandros de crueldade destas situações e não sentirmos um pouco em todas nós efeitos destes cotidianos atos. A violência à indígena kaiowá, filha e neta de lideranças em favor dos direitos indígenas, possuiu efeitos atemorizantes e devastadores não só às lutas dos seus familiares e seu povo em favor de modos de vida possíveis aos indígenas no Mato Grosso do Sul, mas também às lutas de tantas outras mulheres que estão em busca de mais acessos a direitos para tornar este país realmente mais democrático.

Torna-se necessário seguirem-se as resistências, por diferentes lados, a fim de unir forças a estes povos secularmente dizimados e para também haver uma luta em favor das mulheres destes povos indígenas. Portanto, tem aliado-se a estes povos feministas, acadêmicas, movimentos de mulheres e movimentos sociais em geral, pessoas dispostas a fazerem barulhos, protestos, cartas de repúdio, para chamar a atenção de tod@s e também ao Estado brasileiro para esta necessária ampliação da pauta de garantia dos direitos de todas as mulheres, de sua defesa e de sua proteção!

Faz importante, então, continuarmos nos movimentando, organizad@s e jamais omiss@s, ainda que precisemos atravessar fortes correntes, mares bravios, nesta luta secular por multiplicidades de direitos à vida a todas estas mulheres, sejam elas indígenas, negras, com os mais diferentes credos ou modos de viver. E prosseguir nesta luta mundial contra a violência e pela liberdade dos corpos, para que todas sejam livres para fazerem-se mulher como quiserem.

Danielle Santos de Miranda.

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