quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Kleist por Deleuze

A linha de fuga marca, ao mesmo tempo: a realidade de um número de dimensões finitas que a multiplicidade preenche efetivamente; a impossibilidade de toda dimensão suplementar, sem que a multiplicidade se transforme segundo esta linha; a possibilidade e a necessidade de achatar todas estas multiplicidades sobre um mesmo plano de consistência ou de exterioridade, sejam quais forem suas dimensões. O ideal de um livro seria expor toda coisa sobre um tal plano de exterioridade, sobre uma única página, sobre uma mesma paragem: acontecimentos vividos, determinações históricas, conceitos pensados, indivíduos, grupos e formações sociais. 

Kleist inventou uma escrita deste tipo, um encadeamento quebradiço de afetos com velocidades variáveis, precipitações e transformações, sempre em correlação com o fora. Anéis abertos. Assim seus textos se opõem de todos os pontos de vista ao livro clássico e romântico, constituído pela interioridade de uma substância ou de um sujeito.  (Deleuze e Guattari, Mil Platôs).


Os textos do Kleist são realmente muito bons. Confira o conto Teatro de Marionete e sua famosa tragédia Pentesiléia. Vale ressaltar que o prólogo aqui apresentado de Pentesiléia teve como um dos seus tradutores Roberto Machado, um dos mais profícuos comentadores em nosso país de Deleuze e Foucault 



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