A linha de fuga marca, ao mesmo tempo: a realidade
de um número de dimensões finitas que a multiplicidade preenche efetivamente; a
impossibilidade de toda dimensão suplementar, sem que a multiplicidade se
transforme segundo esta linha; a possibilidade e a necessidade de achatar todas
estas multiplicidades sobre um mesmo plano de consistência ou de exterioridade,
sejam quais forem suas dimensões. O ideal de um livro seria expor toda coisa
sobre um tal plano de exterioridade, sobre uma
única página, sobre uma mesma paragem: acontecimentos vividos, determinações
históricas, conceitos pensados, indivíduos, grupos e formações sociais.
Kleist
inventou uma escrita deste tipo, um encadeamento quebradiço de afetos com
velocidades variáveis, precipitações e transformações, sempre em correlação com
o fora. Anéis abertos. Assim seus textos se opõem de todos os pontos de vista
ao livro clássico e romântico, constituído pela interioridade de uma substância
ou de um sujeito. (Deleuze e Guattari, Mil Platôs).
Os textos do Kleist são realmente muito bons. Confira o conto Teatro de Marionete e sua famosa tragédia Pentesiléia. Vale ressaltar que o prólogo aqui apresentado de Pentesiléia teve como um dos seus tradutores Roberto Machado, um dos mais profícuos comentadores em nosso país de Deleuze e Foucault
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